quarta-feira, maio 30, 2007

SKYLAB EM PASSAGEM FRENÉTICA POR SÃO PAULO


Cheguei ao Centro Cultural São Paulo já às 13h do dia 21 de abril, esperando o show que rolaria as 19h. O pessoal começou a chegar mais por volta das 15h; às 18h já havia uma fila imensa esperando a porta ser aberta para que começasse o show. Todos já estavam sentados quando a banda de Rogério Skylab entrou, e não foi difícil reconhecer os acordes pesados de “Sem Anestesia” (música ainda não lançada na discografia oficial, mas já conhecida por ser tocada ao vivo há algum tempo). Rogério já entrava no palco parecendo tranqüilo, andando de cabeça baixa, passos calmos, chega a surpreender quando ele agarra o microfone e desfere os gritos histéricos que marcam a primeira música do show. Seguindo “Sem Anestesia”, a banda toca a primeira música do álbum que estava sendo lançado no dia, o “Skylab VII”. A partir dessa música foram tocadas mais quatro do novo disco, “Samba Isquemia Noise”, uma mistura da batida de samba puro saindo do violão de Alexandre Guichard e de riffs da guitarra distorcida de Thiago Martins; “Corpo e Membro Sem Cabeça” (aka “A dança do corpo e dos membros”, que era como a música era conhecida antes do lançamento disco.), “Eu chupo meu pau” e “É tudo atonal”. Partindo daí, começa a entrada da 12ª música do “Skylab VI”: “Dedo, língua, cu e boceta”, fazendo o jogo de inversão de palavras que faz parte de várias músicas dentro do repertório “skylabiano”. No fim dessa música há uma grande agitação na platéia ao ouvirem os acordes do antigo hit do “Skylab II”: “Convento das Carmelitas”, que foi seguida de uma música nova aos ouvidos de muitos sendo que ainda não foi lançada, “Tira Tudo”, que, com melodia suave, faz com que frases como “Um tiro na minha cabeça” seja ouvida e aceita como um mero “Eu te amo”.
Então foi executada “Hei moço, já matou uma velhinha hoje?” (“Skylab VII”) uma rápida música, porrada, que abriria caminho para “Eu vou dizer” (“Skylab VII”), uma música repleta de frases no imperativo dando ordens aparentemente desconexas ou maliciosas seguidas pela ameaça “Eu vou dizer”, que gera gritos desesperados implorando “Não!”, acabando em uma inesperada surpresa. A próxima na setlist foi “Fátima Bernardes Experiência” (música censurada que pode ser encontrada em alguns “Skylab V”.) “Analfabeto” era mais uma música desconhecida ainda não lançada, que foi seguida por mais músicas do álbum da noite, o “Skylab VII”: “Chove chuva na minha cabeça”, “O mundo ta sempre girando”, “A irmã da minha mulher” e uma das músicas que mais despertou a platéia, não importa quão sério consideramos o trabalho do Rogério Skylab, é quase impossível conter uma risada ao ouvi-lo incorporando Inri Cristo em “O primeiro tapa é meu”.
“Matadouro das Almas” (“Skylab I”, “Skylab II”), trazendo o suspense de quem será a pobre (ou seria sortuda?) garota a ser “esfaqueada”, foi seguida pela bêbada “Ultima Valsa” (“Skylab VII”). Nova animação geral, um hit do “Skylab II”: “Carrocinha de Cachorro Quente” era executada com ajuda da platéia, que cantava com Skylab essa música, que foi emendada com “Música Para Paralítico” (“Skylab IV”). “Desperdício de Tudo” (“Skylab VII”), então, foi tocada. Rogério apresentou a banda e anunciou que tocaria sua última música. Surpresa nenhuma o solo de abertura “Matador de Passarinho” (“Skylab I” e “Skylab II”), o maior hit de Rogério Skylab, arrancar gritos e aplausos de todos fechando esse ótimo show que acabaria com Rogério caído no chão após a performance de um tiro suicida.
O show havia acabado, pessoas corriam para a banquinha para comprar os CD’s, camisas ou o livro recém lançado “Debaixo das Rodas de um Automóvel”, outras corriam para o camarim para pedir autógrafos. E outras iam para casa mal podendo esperar o show que aconteceria no outro dia. E assim foi... Pouca coisa mudou de um show para o outro, algumas músicas saíram para dar entrada a “Semana Passada” a psicótica música do “Skylab V”, o hit “Moto-serra” (“Skylab I” e “Skylab II”), “Derrame” (“Skylab I” e “Skylab II”), “Tudo me faz bem” (“Skylab VI”), “Mastigando um Chiclete” (“Skylab V”), “Você é Feia” (“Skylab V”) e a minha música favorita do mundo Skylab até agora: “Dá um beijo na boca dele” (“Skylab VII”), na qual o artista interpreta um exigente treinador gritando para o lutador que está em cima do ringue. A surpresa da noite foi Maurício Pereira (ex-Mulheres Negras) acompanhando Rogério Skylab em “O mundo ta sempre girando”, música que foi composta em parceria pelos dois e fecha o “Skylab VII”, e depois executando com a banda do Skylab, sem que o próprio estivesse no palco, a música “Tudo por ti”, do primeiro CD solo de Maurício, “Na Tradição”.





Centro Cultural São Paulo
“Sem Anestesia”
“Quanto mais Saúde eu morro”
“Samba Isquemia Noise”
“Corpo e Membro Sem Cabeça”
“Eu Chupo meu pau”
“É tudo atonal”
“Dedo, língua, cu e boceta”
“Convento das carmelitas”
“Tira tudo”
“Hei moço, já matou uma velhinha hoje?”
“Eu vou dizer”
“Fátima Bernardes Experiência”
“Analfabeto”
“Chove Chuva na minha cabeça”
“O mundo tá sempre girando”
“A irmã da minha mulher”
“O primeiro tapa é meu”
“Matadouro das Almas”
“Última Valsa”
“Carrocinha de Cachorro Quente”
“Música para paralítico”
“Desperdício de tudo”
“Matador de Passarinho”




Centro Cultural São Paulo
“Sem Anestesia”
“Semana Passada”
“Corpo e Membro sem Cabeça”
“Eu Chupo Meu Pau”
“Motosserra”
“Derrame”
“Convento das Carmelitas”
“Dedo, língua, cu e boceta”
“Tira tudo”
“Hei moço, já matou uma velhinha hoje?”
“Eu vou Dizer”
“Tudo me Faz Bem”
“Fátima Bernades Experiência”
“Mastigando um Chiclete”
“O Primeiro Tapa é Meu”
“Matadouro das Almas”
“Dá um beijo na boca dele”
“Carrocinha de cachorro quente”
“O mundo ta sempre girando” (com Maurício Pereira)
“Tudo por ti” (Maurício Pereira)
“Música para Paralítico”
“Chove chuva na minha cabeça”
“Você é feia”
“Matador de passarinho”




Quase duas semanas depois, na sexta feira, dia 04/05/07, entrei na cervejaria do Sesc Pompéia... Uma intrigante boneca estava em cima do palco. A banda entra e, para minha surpresa, o que estava sendo tocado não era “Sem Anestesia” e sim uma música mais leve, algo que lembrava alguma música do Rogério, mas era difícil dizer exatamente qual, até que Rogério pega no microfone e executa “Samba” (“Skylab II”) com um novo arranjo.
Uma coisa interessante é que apesar das mesas e lugares para sentar, pouquíssimas pessoas estavam interessadas em ver o show sentadas, e esse foi o meu primeiro show do Rogério que pude ver de pé, dançar e liberar um pouco da energia do impacto que as músicas pesadas por mais suaves que possam ser causam.
Seguindo “Samba” rolou uma das músicas não lançadas: “Dominante e Dominado”.
Após algumas músicas, foi tocada “Eu to sempre dopado”. Apesar de ainda não lançada, o simples refrão, que leva o nome da música, já era cantado pela platéia.
“Você vai continuar fazendo música” (“Skylab V”) entrou para o set para ser seguida da censurada “Câncer no Cu”, que, apesar de não ter sido lançada em nenhum disco de Skylab, era cantada por todos.
“Chico Xavier e Roberto Carlos”, mais uma das censuradas, também foi executada e foi seguida por “Dá um beijo na boca dele”, música na qual acabei me empolgando e dando um chute no ar tão forte que caí para trás... Acho que isso marcou muito o show pra mim.
Em “Música para paralítico” rolou um bate cabeça bem legal. E o show seguiu-se animado até o fim. Foi uma apresentação longa, com aproximadamente uma hora e uns 45 minutos. O que até gora me intriga é: O que estava aquela boneca fazendo assistindo ao show de camarote em cima do palco?
O fim de semana da banda de Rogério ainda seria longo, eles ainda teriam que tocar em uma festa fechada e fazer um show no Outs. Esse show era para acontecer à meia noite; meia noite e dez o produtor do show estava desesperado na fila perguntando se alguém tinha o telefone de alguém da banda, pois eles não tinham dado as caras até àquela hora. Um cara disse ter o telefone do Thiago, ligou, e então todos foram avisados que haveria um pequeno atraso. A banda chegou e teve até um tempinho para curtir a balada. Como não rolava soundcheck a banda abriu o show com “Alucinação” (música instrumental que abre o “Skylab VI”). O setlist era praticamente a mesma do show da noite no Sesc. A platéia pulava, rolava uns mini bate-cabeça e um ou outro dançando freneticamente perguntando “Quem é o cara no palco?”.
Acabado o show, não havia tempo para descanso. A banda já tinha que descer para se instalar no camarim para o grande show da Virada Cultural. Tive a oportunidade de ser uma espécie de roadie quebra galho para poder assistir ao show de uma posição privilegiada (dei muita sorte). Rolou um stress tipo “Pouca gente vai curtir”, “Pouca gente vai conhecer as músicas”. Eu mesmo, conversando com o Bruno Coelho, comentei: “Pois é... Hoje é um dia pra se rolar mais conhecidas”. Dentro do camarim, Rogério ficou um bom tempo com o setlist na mão, mas no fim das contas não houve grandes mudanças. A banda já se preparava no palco quando um dos produtores me pediu “Cara, tira aquele homem do camarim, por favor”, falei com Rogério, que disse “A hora que começar o som, pode deixar que eu vou”. O produtor, meio contrariado, pediu para que eu apresentasse o show no microfone, o que fiz timidamente. Então começou a rolar “Sem Anestesia”. Nos primeiros cinco segundos da música pude ver Rogério saindo como um raio do camarim para o palco e a visão do palco era incrível. A Barão de Itapetininga estava lotada. Parece que subestimei Rogério. Grande parte daquelas pessoas cantava as músicas, curtiam, cantavam até as músicas do álbum que havia sido lançado cerca de uns 15 dias antes. “Eu fico Nervoso” (“Skylab V”) entrou para o setlist. Na música “Eu vou dizer”, quando Skylab canta “Atenção! Mãozinha pra cima!”, foi incrível ver a cena da Barão de Itapetininga inteira com as mãos para o céu.
Não é necessário falar que os hits “Motosserra”, “Convento das Carmelitas” e “Carrocinha de Cachorro quente” (que fazia uma multidão gritar em plenos pulmões “Boceta!”) foram dançadas por todos, que agitavam freneticamente. Claro que finalizando o último show de Rogério Skylab em sua passagem por São Paulo rolou a “Matador de Passarinho”. Rogério até pensou no “tiro suicida”, mas acabou mandando seu tiro para a platéia e se retirou. Apesar do set ter sido pequeno, esse foi um dos shows que eu mais curti de Skylab só por poder ver o quanto a galera curtia um artista que está aí faz tempo e não tem um espaço na mídia como merecia ter. Um táxi já havia sido chamado. A banda se despedia dos amigos paulistanos que estavam por lá e botava o pé na estrada rumo ao Rio de Janeiro.
No fim das contas, foram executadas 37 músicas diferentes no decorrer dos shows. Performances maravilhosas, que, mesmo que pareça impossível, aumentaram um pouquinho mais meu vício no trabalho do grande Rogério Skylab.




Sesc Pompéia
“Samba”
“Dominante ou Dominado?”
“Dedo, língua, cu e boceta”
“Corpo e Membro Sem Cabeça”
“Samba Isquemia Noise”
“Tira tudo”
“Eu to sempre dopado”
“Eu chupo meu pau”
“Convento das Carmelitas”
“Você vai continuar fazendo música?”
“Câncer no cu”
“Eu vou dizer”
“O mundo tá sempre girando”
“Motosserra”
“Chico Xavier e Roberto Carlos”
“Dá um beijo na boca dele”
“Chove chuva na minha cabeça”
“Fátima Bernardes Experiência”
“Carrocinha de cachorro quente”
“Música para paralítico”
“O primeiro tapa é meu”
”Desperdício de tudo”
“Você é feia”
“Matador de Passarinho”




Outs
“Alucinação”
“Dedo, língua cu e boceta”
“Corpo e Membro sem Cabeça”
“Samba Isquemia Noise”
“Eu to sempre dopado”
“Eu chupo meu pau”
“Convento das Carmelitas”
“Você vai continuar fazendo música”
“Câncer no cu”
“Eu vou dizer”
“Motosserra”
“Chico Xavier e Roberto Carlos”
“Dá um beijo na boca dele”
“Fátima Bernardes Experiência”
“Carrocinha de Cachorro quente”
“Música para paralítico”
“O primeiro tapa é meu”
“Desperdício de Tudo”
“Você é feia”
“Matador de Passarinho”




Virada Cultural
“Sem Anestesia”
“Corpo e Membro sem Cabeça”
“Eu fico nervoso”
“Eu to sempre dopado”
“Convento das Carmelitas”
“Você vai continuar fazendo música?”
“Eu vou dizer”
“Motosserra”
“Dá um beijo na boca dele”
“Fátima Bernardes Experiência”
“Carrocinha de Cachorro quente”
“Música para paralítico”
“O primeiro tapa é meu”
“Desperdício de Tudo”
“Você é feia”
“Matador de Passarinho”




Texto e fotos: Kenny Klynter

quarta-feira, maio 02, 2007

Skylab no SESC Pompéia - 04/05

Nesta sexta-feira, dia 04/05, tem Rogerio Skylab e banda no SESC POMPÉIA (Choperia). Rua Clélia, 93 - fone: 3871-7700 - São Paulo (SP). Horário do show: 21:00 horas. OBS: Não é permitida a entrada de menores de 18 anos. Preço: R$ 12,00/Meia:R$ 6,00. No evento vão estar a venda livros, discos e camisas do SKYLAB.